Peço desculpas a todos que sempre frequentam esse blog, mas eu e Marcão andamos pegados com compromissos que nos ausentaram daqui, porém, mesmo que com demora, nunca, jamais, de modo, forma ou espécie alguma deixaríamos de marcar aqui o que recebemos de presente esse fim de semana que, apesar de tudo que passamos nos valeu todo o ano, ou melhor, todos os 17.
17, não são 16 ou 18, são 17, 17 anos de glórias, de alegrias, de demonstrações publicas e claras de paixão, fanatismo e amor de uma torcida por um clube que tem uma estrutura questionável e uma camisa que pesa. 17 anos de cariocas desacreditados ganhos, de Copa do Brasil, de gol de Pet aos 47 do segundo, de permanecer na primeira no ultimo jogo, de campeonato carioca de novo, e de novo, e de novo, Mercosul, glórias, glórias, glórias, alegrias, frustrações, sofrimentos, emoções diversas, imensas, distintas, enfim... Tudo que 90% dos torcedores brasileiros sonham em sentir com seu clube de coração. Apesar disso, tínhamos a decepção de chegar perto de títulos de expressão como libertadores e perder para nós mesmos.
Libertadores e Mundial são títulos que todo clube das Américas e do mundo respectivamente sonham em ter, mas existe um, exclusivo, que somente o melhor futebol do mundo pode ter, o campeonato mais difícil do Mundo, o Campeonato Brasileiro. E para a maior torcida do Mundo, do time mais vitorioso dessa liga, é de grande sofrimento ver 17 anos de quase e nos últimos 3 anos, um outro clube aparentemente inalcançável em planejamento e estrutura ganhar um tri e passar o mais querido em títulos. Já sentíamos a 17 anos uma falta, um vazio inexplicável, e os últimos três anos foi o sacramento das nossas dores, nos fazendo de uma nação vitoriosa a uma nação sofredora.
Tínhamos uma geração de torcedores, como eu por exemplo, que não sabiam a dimensão que é ter um título que não os cariocas ou brasileiros querem, mas sim o mundo cobiça e não pode ao menos disputar. Uma geração inteira que, não viu, ou viu muito pequeno, uma nação fervendo e emoção, protagonizando uma festa que nenhum clube no mundo tem como contar, que nenhuma torcida do mundo sabe dizer o que é.
Agora, muitos nos tiram um deles, outros nos defendem, muitos questionam, mas todos rendem. Somos Hexa, somos campeões, temos 6, seis títulos, e agora irmão, quem não sabia sabe, quem nunca tinha visto viu, quem duvidava calou a boca, e quem não esperava se impressionou, somos a maior torcida do mundo, ganhamos o maior campeonato de clubes do mundo, fizemos a maior festa do mundo, um carnaval fora de época, o que todos querem somos nós que temos. Ocupamos todas as ruas possíveis, de todos os bairros possíveis, dia 6 de dezembro de 2009, quem olhava pela janela só via duas coisas: O Vermelho e o Preto.
Parabéns aos colorados pelo vice campeonato, parabéns aos são paulinos por todas as glórias dos últimos anos e a terceira colocação esse ano, parabéns aos cruzeirenses por surpreender meio campeonato com uma arrancada maravilhosa. Mas modéstia parte, parabéns pra essa galera, pra favela, pra mulambada, pros urubus, pra nação, para o patrimônio nacional, para os Rubro Negros, para os mais queridos do mundo. Parabéns Flamengo, amo meu time e o maior prazer da minha vida é vê-lo brilhar.
E tenho dito mais emocionado que nunca na minha vida.
SRN